Mudam-se os tempos
Ao ver as reacções dos partidos às declarações do Presidente da República sobre as medidas de austeridades que o governo vai inscrever no orçamento de Estado, chega-se facilmente à conclusão que mudando os tempos as vontades também se alteram. Concentremo-nos apenas nos partidos democráticos, já que dos outros sabe-se que são até contra o vento e a chuva se ela não for de esquerda. O PSD e o CDS têm os dois a mesma opinião, mas um deles está mais incomodado do que o outro, por razões óbvias. Ou seja, olham para as declarações do Presidente da República com um falso respeito e dizem compreender as preocupações do Chefe de Estado. Isto publicamente. Em modo reservado devem ter trepado pelas paredes, perante o incómodo que constituiu Cavaco Silva ter feito eco das preocupações da esmagadora maioria dos portugueses. As críticas são ainda mais dolorosas para o conforto dos partidos da maioria, na medida em que o Presidente da República quando fala de Economia sabe perfeitamente o que está a