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A mostrar mensagens de agosto, 2011

Espiões da treta

Um dos pilares da democracia moderna é termos uma imprensa livre em que não exista delito de opinião e os jornalistas possam trabalhar, dentro das regras estabelecidas, com liberdade de acesso à informação e capacidade de investigação. Quando isso não acontece a qualidade da democracia definha, uma vez que as pessoas não têm acesso à verdade dos factos e não podem construir o cenário da realidade, ficando no ar a suspeita. Quando técnicos do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, e digo técnicos porque em lado algum se chama espiões aos funcionários deste organismo, alegadamente obtêm informações ilegais de uma operadora de telemóveis para saber a quem é que um jornalista ligou ou mandou mensagens, estamos perante um reviver dos métodos da extinta PIDE que não olhando a meios violava a privacidade das pessoas, isto na base dos seus comportamentos mais civilizados, porque daqui para a frente e o céu era o limite e nalguns casos o destino de muitos que caíam nas suas mãos. É po

Os ricos que paguem a crise

Este é um slogan comum, muitas vezes ouvido sempre que os governos carregam nos impostos daqueles que não têm como fugir e pagam as suas contribuições até ao último cêntimo. Agora parece que há vontade de tributar os contribuintes com rendimentos elevados, em sede de IRS, o que faz todo o sentido mas não significa nenhuma medida perfeita de justiça fiscal. E porquê? Porque simplesmente não existe ainda forma de controlar todos os rendimentos sendo a fuga uma realidade que inquina o sistema. Pese embora o esforço verificado nos últimos anos e o investimento feito em tecnologia de controlo e de fiscalização, ainda há muito dinheiro que foge às malhas do fisco. Dirão alguns que esta medida é contraproducente e levará à fuga de capitais para o estrangeiro, nomeadamente para paraísos fiscais. Admito que fujam, mas tirando os Bancos quem mais fica prejudicado com isso? E mesmo esses também não perdem assim tanto, uma vez que possuem soluções de depósitos no estrangeiro para cliente nacionai

Pagar portagens à Brisa e ficar defraudado

O que vou referir pode ser um tremendo disparate mas como vivemos em liberdade e democracia, tenho esse direito, desde que não insulte alguém. A tecnologia hoje serve para facilitar a vida às pessoas mas também serve para fiscalizar e corrigir os seus comportamentos e a sua interacção. Como tal, soluções que ontem não existiam e pareciam extremamente complicadas hoje são relativamente simples e até mesmo banais. Lembro-me que quando disse ao meu pai que os muitos discos que ele tem em vinil não eram suficientes para encher a memória do meu iPOD ele ficou desconfiado e achou que a minha noite anterior tinha corrido bem. Afinal de contas eles necessitam de muito espaço físico e o iPOD cabe no meu bolso. Sendo assim, e por analogia, não sei até que ponto existe ou não um sistema suficientemente inteligente que permita os utentes das auto-estradas da Brisa não serem injustamente prejudicados quando optam por pagar a portagem de modo a usufruírem de uma viagem mais segura e rápida e depoi

Os mesmos de sempre nas Jornadas Mundiais da Juventude

O que se está a passar em Espanha, mais concretamente em Madrid, a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude, é uma prova da mais completa intolerância religiosa com origem em movimentos radicais de extrema-esquerda. A pretexto do evento sair caro para os cofres do estado espanhol, grupelhos de agitadores anarcas que reclamam o direito à diferença mas não a reconhecem para os outros, provocam os participantes nas jornadas e promovem actos de desobediência e violência. Nestas coisas não há dúvidas: é começar numa ponta e acabar na outra e se tiverem dúvidas chamem a polícia de Londres que eles explicam como se faz. Os Estados normalmente são laicos, mas isso não impede que a sua população, esmagadoramente maioritária, não tenha convicções religiosas e que os responsáveis políticos não possam receber e organizar no seu país eventos que atraem milhares de visitantes e vão ao encontro da vontade dos seus cidadãos. As Jornadas Mundiais da Juventude, cujo momento áureo é o encontro com

Caravanismo selvagem no Algarve

O turismo do Algarve é uma importante fonte de rendimento para o país mas mesmo assim fica muito dinheiro à deriva na chamada economia paralela ou por cobrar na mais absoluta clandestinidade. Se na economia paralela não havendo receita fiscal há rendimento para quem dela tira proveito, na clandestinidade o cenário já é outro. Há dias vi uma medida de um presidente de Câmara no Algarve que só em apeteceu aplaudir de pé e pedir bis. Em Monte Gordo, num dos parques de estacionamento que é gratuito, os caravanistas aproveitam para colocar os seus veículos ao preço gracioso de zero euros, impedido durante a sua estada que o comum dos cidadãos possa estacionar o seu carro, quando, por igual direito, que ir à praia. Não tenho a certeza mas fiquei com a ideia que o espaço utilizado indevidamente pelas caravanas dava para estacionar 150 viaturas. Este caso é ainda mais gravoso, na medida em que no outro lado da estrada existe um parque de campismo onde é possível, segundo percebi, entrar com

A emergência social

O governo apresentou um conjunto de medidas às quais chamou Plano de Emergência Social, que não é mais do que reforçar o esforço no sentido de acudir aos que mais precisam numa altura em que a crise afecta a vida das famílias portuguesas, roubando-lhes o emprego e retirando-lhes, em muitos casos, o pão da mesa ou o medicamento necessário. São 400 milhões de euros num ano que podem não resolver todos os problemas de fundo, mas que com certeza minoram as dificuldades do dia-a-dia de quem está numa situação de grande aperto financeiro e social. Estava eu convencido que este plano colheria uma aceitação não digo unânime mas tolerante por parte dos partidos da oposição. Mas enganei-me. Aliás, os partidos de esquerda em Portugal, onde não está incluído o PS uma vez que há muito tempo já se mostrou não ser de esquerda, insurgiram-se, conforme é seu hábito, disparando em todos os sentidos. Para eles haver um governo que não tem um discurso lamechas e mais do que batido dos valores da esquerda

Insultos oceânicos

Alberto João Jardim nunca perdeu uma eleição na Madeira e segundo consta nunca houve indícios de irregularidades graves que pudessem condicionar os resultados, o que leva a crer que todas as vitórias foram por mérito próprio porque ao contrário do que alguns julgam, o povo está muito longe de ser parvo. Quem conheceu a Madeira há uns anos atrás, sabe que a ilha foi completamente transformada e hoje tem um conjunto de infra-estruturas públicas que trouxeram qualidade de vida às populações. Com dinheiro do continente ou da Europa a verdade é que há obra feita e afinal de contas a Madeira e os Açores também são Portugal. Tivesse o Algarve um Alberto João Jardim e se calhar não haveria portagens na Via do Infante, entre muitas outras coisas. No entanto aquele discurso tribal já me parece uma coisa completamente em desuso e impróprio para um líder de um partido democrático que tem escrito na sua matriz ideológica a tolerância pelo seu semelhante. A mim não me diverte um único palavrão ou ge