Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2011

1 de Dezembro - Quem não tem memória não tem futuro

Um dos feriados que o governo pretende suprimir ou comemorar a um domingo quando o calendário ditar a um dia de semana, é o de amanhã: o 1 de Dezembro. Por muito interessante que seja o discurso da produtividade do país ou a falta dela, aquilo que me ocorre dizer é que quem não tem memória, não tem futuro. Ou seja, se há feriado importante no calendário português o 1 de Dezembro é seguramente um dos principais. E porquê? Porque marca a restauração de Portugal enquanto país independente e autónomo, depois de 60 anos de domínio espanhol. Alguns abominam esta data porque acham que estaríamos melhor pertencendo a Espanha do que como nação que somos. Talvez. Em Timor-Leste também havia timorenses que achavam melhor serem indonésios. A verdade é que alguns séculos antes, na célebre Batalha de Aljubarrota que ditou a derrota do exército espanhol e o fim da crise dinástica provocada pela morte de D. Fernando o qual não tinha descendência masculina, muito foi o sangue que se derramou para cons

O que sobrou da greve?

Qual foi o problema que a greve geral do dia de ontem resolveu? Nenhum. Os cortes nos subsídios dos funcionários públicos e dos reformados mantêm-se. O aumento do horário laboral no sector privado, também. Não houve nenhuma alteração, nem era expectável que houvesse. Então o que sobrou da greve? Quem a fez vai ter o reflexo financeiro negativo no ordenado do próximo mês. A produtividade do país foi prejudicada. Os cidadãos foram muito incomodados. A PSP teve de distribuir umas porradas e uns energúmenos que desafiaram a ordem pública foram passar a noite a uma esquadra. Hoje o país acordou pior do que adormeceu na noite anterior à greve. No meio disto tudo os dirigentes sindicais fizeram o número mediático. Apareceram na imprensa. Bramiram contra o governo e os patrões. Contabilizaram uma vitória de Pirro para os respectivos partidos, neste caso o PCP e o PS. Há mais alguma coisa importante a referir? Parece que sim. Numa sondagem feita há poucos dias o primeiro-ministro mantém a melho

Estamos pobres mas não estamos infelizes.

O Algarve está numa encruzilhada por mais que queriam fazer crer o contrário. Não se trata de pessimismo nem de catastrofismo, mas sim da mais pura e dura realidade. Senão vejamos: O desemprego atingiu números inimagináveis há uns anos atrás. É uma das regiões com a maior taxa e onde parece não haver renovação do tecido económico, o que pode significar a completa incapacidade de criação de novos postos de trabalho que possam ajudar a inverter a situação. Mais de 13% da população activa não tem emprego. De região recebedora de mão-de-obra proveniente de vários pontos do planeta, que tinha na construção civil o principal sector, temos agora a situação de debandada generalizada. Não há trabalho para os de cá, quanto mais para os de lá. Aliás, neste domínio o Algarve parece hoje, nalgumas zonas, um imenso estaleiro de obras abandonadas, já para não falar dos milhares de apartamentos e moradias que estão concluídos mas vazios por falta de quem os compre. Tão cedo a situação não se irá inver

Com papas e bolos se enganam os tolos

Nesta altura de forte crise financeira mundial, em que poucos conseguem ver a luz ao fundo do túnel, há muita gente a ganhar dinheiro. Se não repare-se: No dia em que a cimeira da União Europeia decidiu o perdão de metade da dívida grega, os mercados reagiram de imediato com as acções de alguns bancos a subirem para cotações interessantes tendo em conta os dias que correm. Ou seja, o acordo animou os mercados. Repare-se que não houve nenhum facto financeiro em concreto, houve apenas uma decisão política que como é óbvio tem consequências. Porque o perdão da divida helénica tinha consequências para aquele país, o primeiro-ministro lançou-se numa jogada política de propor um referendo ao povo, para não ficar sozinho com o ónus da decisão. Do ponto de vista democrático a medida é louvável, mas para os signatários do perdão essa iniciativa levantou uma nuvem de incerteza. O que fizeram os mercados? Caíram a pique, tendo-se vivido no passado dia 1 de Novembro um autêntico vendaval de dinhei

Estadistas e Políticos

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, definiu e bem a diferença entre um político e um estadista, afirmado que na Europa sobram os primeiros e faltam os segundos. Segundo Cardoso, estadista é aquele que se preocupa com o Estado, independentemente das consequências, vendo ao longe o que outros não conseguem ver ao perto e tomando medidas sem se preocupar com eleições. Por outro lado, um político é aquele que, podendo estar coberto de boas intenções, decide em função das circunstâncias preocupando-se essencialmente com o impacto eleitoral que as suas decisões podem suscitar. Isto, numa primeira análise, leva a pensar que não há estadistas em democracia, nem políticos em ditadura. Não deixe de ser um pouco verdade. Repare-se no caso de Portugal, talvez não seja muito politicamente correcto afirmar, mas é difícil de contrariar, que o único governante que para o bem e para o mal não se preocupou com eleições foi Salazar, o qual, tivesse tido o discernimento suficiente para dei