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A mostrar mensagens de abril, 2013

25 A de agonia

Os 39 anos da revolução dos cravos vão ser comemorados com o peso de uma nuvem cinzenta que continua a pairar sobre o nosso país e as nossas cabeças. Constrangidos por uma crise financeira e económica grave, pelas exigências de austeridade a que estamos sujeitos, pelo desacreditar de soluções políticas provenientes de todo o espetro partidário e sobretudo pela chaga do desemprego que afeta cada vez mais família s portuguesas, chegamos  à   que é considerada a data mais importante da democracia portuguesa. A face negra desse desalento que tanto preocupa cada um de nós está bem patente no dia-a-dia dos portugueses. Estamos com as expectativas baixas e não se vislumbram alternativas que não passem por um longo período de reajustamento da economia , todo ele  bastante doloroso. Porém, como algumas pessoas têm vindo a frisar e a fazer notar, há um lado preocupante nesta crise que pode minar ainda mais o ânimo dos portugueses. Esse lado é a crise de valores e de crédito no Esta

As encrencas que eles arranjam

Não é de agora que os políticos fazem leis que servem essencialmente para lhes criar problemas ou lhes dificultar a vida. Fazem-no essencialmente para credibilizar a atividade política, mas apertam de tal forma as regras que depois não as conseguem cumprir ou acabam dando o triste espetáculo de as contornar, sendo sujeitos às decisões dos tribunais que nalguns casos nem sequer conseguem ser uniformes, como parece estar a acontecer agora com o caso do presidentes de câmara que se candidatam às autarquias vizinhas.  Lembro-me aqui há uns anos quando a lei do financiamento dos partidos foi alterada, nomeadamente no que respeita às questões relacionadas com os gastos nas campanhas eleitorais. Como a bagunça era muita, pouco transparente e muito dada a abusos, fez-se uma lei que nenhum partido consegue cumprir e todos acabam no fim por ser multados, uns mais outros menos. Porquê? Porque, na minha opinião, passou-se do 8 para o 80, numa tentativa de moralizar o sistema. Acontece que há s

O meu receio

Estou quase na fase do tanto me faz. Faço de conta que continuo a acreditar que o governo sabe o que está a fazer, porque isso me dá algum ânimo para olhar em redor e ver tanto corte, tanta coisa parada, tanta reclamação, tanta inépcia, tanto desemprego, tanta gente sem rumo, nem dinheiro e nalguns casos com grande dificuldade para colocar um prato de comida em cima da mesa. As notícias são invariavelmente más. Mas para mim a pior é mesmo a forma como a crise tem vindo a degradar o “edifício” democrático. Sim, a crise não é apenas financeira, é também política e moral. É social, naturalmente. Não tem como não ser. Afinal é das pessoas que se trata. As mentiras, os enredos, as previsões falhadas, as licenciaturas aldrabadas, os buracos financeiros, os contratos leoninos onde nós todos somos o elo mais fraco, ajudam a inquinar a salubridade do oxigénio que a democracia precisa para viver. Já acredito em tudo sem acreditar em quase nada. Ainda hoje vi o resultado de uma sondagem fe