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A mostrar mensagens de setembro, 2011

Isaltino e a teoria da maça podre

Quando o João Moutinho abandonou o Sporting para jogar no Porto, alegou que queria ganhar títulos e essa expectativa no clube de Alvalade era uma espécie de encontrar água fresca no deserto. Ou seja, podia até acontecer mas era muito difícil. O presidente leonino na altura catalogou Moutinho de maça podre. Como toda a gente sabe, quando temos um fruto podre na fruteira em contacto com os que estão saudáveis, estes ficam contaminados. Sendo assim, havia um risco que não podia ser corrido para salvaguardar o restante plantel. Neste caso seria a debandada generalizada. Ora o que se passa com Isaltino Morais é sensivelmente o mesmo com um porém: Moutinho não era uma maça podre, muito pelo contrário, era o melhor jogador do plantel e capitão de equipa. Já Isaltino viu vários tribunais darem como provados os crimes praticados. Ou seja, há ali um pico de actividade bacteriológica que provoca a decomposição dos tecidos celulares. Isso faz de todos os autarcas deste país políticos corruptos? N

O vereador e o deputado

O governo que diminuir o número de vereadores porque estes são um símbolo do despesismo público do Estado. No fundo, para os governantes deste país, grande parte dos problemas das finanças públicas portuguesas estão nas autarquias. Felizmente o parlamento é a casa não só da democracia mas também da virtude, onde todos os seus principais intervenientes, deputados e deputadas, são exemplos de empenho, dedicação e racionalidade no que respeita à despesa do Estado. Isto é fácil de perceber quando se olha ao dia-a-dia de uns e de outros. Obviamente que na generalização mora o erro de análise e a comparação dos quotidianos de uns e de outros só pode ser rigorosa se vistos casos concretos. Mas para não fulanizar o assunto e para não vexar alguém em concreto, vou fazer um suponhamos que tem tanto de verdade como de injusto. Como tal, que ninguém enfie a carapuça porque não é isso que se pretende, sendo certo que poderei fazer alusão a situações reais da vida de uns e de outros. O dia começa ce

A muitos Passos distante da Madeira

Pedro Passos Coelho, enquanto presidente do PSD não deve participar em qualquer acto de campanha eleitoral na Madeira, sob pena de perder o respeito dos cidadãos, nomeadamente os continentais, a quem pediu sacrifícios no sentido de ajudar a equilibrar as contas públicas. Tal como Miguel Sousa Tavares escrevia no Expresso este fim de semana, que a escolha que os madeirenses têm para fazer nas próximas eleições regionais é entre Alberto João Jardim ou Portugal, eu também acho que Passos Coelho tem de escolher entre a credibilidade da sua governação ou a conveniência partidária. E como Francisco Sá Carneiro sempre disse, primeiro está o país e a democracia só depois está o partido. Eu não alinho gratuitamente no coro dos críticos a Jardim. Acho que ele foi o homem que colocou a Madeira no mapa, deu-lhe o aspecto e as condições que ela tem hoje e venceu sempre de forma inequívoca todas as eleições livres e democráticas que se disputaram no arquipélago. Mas tudo tem um limite e o mérito não

Alegre não gosta da universidade da JSD

A Universidade de Verão do PSD e da JSD é um dos poucos exercícios de reflexão e formação política que se organiza em Portugal. Mais nenhum partido faz, com este nível de visibilidade, um evento semelhante. Dir-me-ão que há a Festa do Avante. Não é a mesma coisa. Os motivos são diferentes e os conteúdos também. Para a Universidade de Verão da JSD vão jovens que não querem desistir de contribuir par um futuro melhor do seu país, abdicando de festa e copos durante uns dias para reflectirem e aprenderem com quem tem algo para lhes ensinar. Na Festa do Avante, não fossem os muitos e bons concertos e o arraial festivo que se monta no interior da Quinta da Atalaia, dificilmente haveria por lá mais do que os ortodoxos comunistas que ainda acreditam no brilho do sol de Moscovo. Eu passei os anos suficientes na JSD para saber que não se aprendem apenas coisas boas. As primeiras lições de caciquismo político foram lá que as tive, ao observar sobretudo alguns maus militantes e dirigentes do PSD q

A escolinha, os meninos e os paizinhos

Não sei se haverá tema que gere mais contestação e reivindicação do que a Educação. Poderá ter o seu lado positivo, mas há um certo radicalismo à volta do assunto que nem sempre entendo. Na Educação reclama toda a gente com uma característica que não se vê em mais nenhum sector: quando se chega a um nível, exige-se logo o próximo e o céu é o limite. Não me pondo de fora do problema porque também sou pai, a verdade é que nem sempre entendo a linguagem dos pais das meninas e dos meninos que frequentam os estabelecimentos ensino do nosso país. Se no privado o grau de exigência é directamente proporcional ao que se paga de propina, na escola pública aquilo que sinto, da realidade que conheço, é o Estado a proporcionar aos alunos muito para lá daquilo que em média os pais podem exigir, atendendo ao factor subjectivo que pode representar a fatia dos seus impostos vocacionada para a Educação. A questão chega a assumir foros de anedota. Há pais que reclamam de tudo. Se cai um grão de pó em cim

No meio do nada surge sempre alguma coisa

O PS fez um congresso para fechar o ciclo definitivo da passagem de Sócrates pelo cargo de secretário-geral e de primeiro-ministro. Lá longe em Paris onde pretende estudar os bons ensinamentos da filosofia clássica que é também uma das fontes de inspiração da ciência política moderna, deve ter sentido um certo alívio por não ter marcado presença na reunião magna dos socialistas seus camaradas. Mas se ele não estava, marcaram presença muitos dos seus ajudantes, nomeadamente os que possuem cartão partidário, dos quais não teria sido mau ouvir uma palavra de justificação por aquilo que se passou. Lembro-me em 1996 no Europarque em Santa Maria da Feira, o então líder do PSD Fernando Nogueira, fazer um discurso de assunção de responsabilidades por uma derrota eleitoral no ano anterior, quando o cavaquismo se esfumou perante a mais do que óbvia naturalidade. Fê-lo não por ser o mais responsável, mas por ter feito parte da situação. Na altura, ao passar o testemunho a Marcelo Rebelo de Sousa

O peso pesado

As vozes mais avisadas dentro do PSD, aquelas que não estão à espera de nada nem de coisa nenhuma e ainda têm independência de pensamento, já começaram a dizer o óbvio sobre a estratégia do governo em relação ao controlo das contas públicas que se tem concentrado sobretudo no aumento da receita através dos impostos em vez do corte na despesa do Estado. Naturalmente que aqueles que estão a ver o que lhes calha em sorte na lotaria dos lugares que há por distribuir na órbita do Poder, vão mantendo o discurso que o governo está a fazer um esforço muito grande para o controlo do défice, através de medidas rigorosas e de grande coragem. Eu sinceramente não partilho desta opinião. Quem tem revelado muita coragem é a classe média que vê os impostos sobre os seus rendimentos a aumentar e até agora está pacientemente impávida e serena. Diria mesmo que para estes portugueses há um PEC específico: o Plano de Empobrecimento em Curso. Acontece que o PSD, ao contrário de outros partidos, tem gente qu

A nova realidade das autarquias

O governo prepara-se para mexer na Lei Eleitoral Autárquica, bem como na sua orgânica, e consta que conta com o apoio e a boa vontade do PS nesse sentido. Parece-me bem. Os motivos são óbvios e estão identificados há muito tempo, não tendo havido até agora condições de entendimento, as quais parecem agora surgir. Basicamente estou de acordo, e não é de agora, com a formação de executivos autárquicos monocolores, com o aumento da importância e das competências de fiscalização das assembleias municipais e sobretudo com a alteração ao método de eleição dos autarcas. Em relação à homogeneidade dos executivos, julgo que não faz mais sentido a composição actual, onde se sentam à mesma mesa das reuniões de câmara um presidente e os vereadores eleitos de diferentes forças políticas. Os vereadores da oposição, sem pelouros atribuídos, pouco ou nada podem fazer se estão em situação de minoria. No entanto, quando se dá a situação contrária podem bloquear o normal funcionamento de uma câmara mu