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A mostrar mensagens de 2012

2013, o que podemos fazer por nós?

Se 13 é o número do azar, 2013 é o número da aflição. É assim que se vão sentir muitas famílias durante o próximo ano quando o chamado reajustamento da economia que resulta do orçamento do Estado aprovado recentemente lhes entrar pela porta a dentro. Não é tanto a avaliação qualitativa do documento o que importa neste texto, até porque não me sinto em condições de a fazer, mas antes uma reflexão generalizada sem qualquer intuito de dizer se é bom ou mau o que dele resulta. Até porque, olhando para os lados, é sempre fácil encontrar quem não concorda com um conjunto de medidas que nos levam dinheiro do bolso em impostos do que o seu contrário. A austeridade é madrasta, a complacência é madrinha. Isto pode ser dramático e para muitas famílias com toda a certeza será. Porém estou inclinado para o lado daqueles que acham este parto não tem forma de ser feito sem dor, se o objectivo passa mesmo por não nos fecharem a torneira do dinheiro que chega após as avaliações periódica

A escumalha

Eu tenho respeito por todos os movimentos da cidadania, mesmo aqueles com que posso não estar de acordo. Tenho igual respeito por aqueles que decidem fazer greve, sejam quais forem as suas motivações e muitos têm-nas e são totalmente legítimas. Eu nunca fiz greve, mas também não posso garantir que um dia não farei. É uma questão de opção. Se um dia fizer, tenho a certeza que não será para apedrejar quem quer que seja. No meio de tudo isto, não consigo ter respeito e apenas me sobra o repúdio, por aqueles que a pretexto de uma situação de contestação promovem a violência e a desordem, a título gratuito e sem qualquer contenção. Reportando ao caso concreto da última manifestação da CGTP, facilmente se percebeu que em frente ao Palácio de São Bento existiam várias realidades. Estavam lá as pessoas que estão preocupadas com a situação e acham que é através de manifestações e gritaria que se resolvem os problemas de um país falido deixado à beira da bancarrota, mas misturados com

Estamos entendidos

As pessoas têm direito a manifestar-se? Sim E a atear fogo na escadaria da Assembleia da República? Não. Então onde podem atear fogo? Simplesmente não podem, mas se isso for um imperativo de consciência que o façam na casa de cada uma delas, se for completamente isolada da do vizinho. Mas isso pode estragar a casa? Naturalmente. Mas podem desnudar-se? Depende. Depende do quê? Da qualidade dos que está debaixo da roupa. Mas despir-se pode ser ofensivo? Pode. Para quem? Para quem está habituado a ver melhor do que aquilo que é mostrado. E para os que não estão? Fica ao critério de cada um. Então pode? Poder pode, mas nalguns casos é melhor ficar vestido. E mandar garrafas à polícia? Nem à polícia, nem a outras pessoas Nem de plástico? Nem de plástico. E se forem de vidro? É melhor jogarem para o vidrão, se estiverem vazias. E se não estiverem? Depende. Do quê? Se vale a pena beber o conteúdo previamente. Mas e se a intenção

Um sábado nas estradas do céu

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Para mim o dia 13 de Outubro de 2012 começou nas margens do Mondego às seis da manhã com o despertador a mandar levantar para encarar o desafio físico mais exigente que alguma vez enfrentei. Tinha à minha espera a prova Granfondo Skyroad na Lousã, recriação de uma etapa de montanha na modalidade de ciclismo. Desafiado por amigos e colegas e sem ter a certeza de conseguir superar os 3500 metros de acumulado de subida numa extensão de 150 quilómetros, decidi enfrentar esta empreitada apesar das muitas dúvidas que tinha se conseguiria chegar ao fim ou se cairia na tentação de me desviar para o percurso do Mediofondo, o qual era mais curto e menos exigente. Eram oito da manhã quando parti no meio de uma pelotão de 800 ciclistas de ambos os sexos, todos brindados com uma espécie de frio glaciar que rapidamente nos gelou os músculos, as articulações e até a alma. O sol estava ainda escondido atrás da montanha com mais de 1000 metros de altitude que sobranceia a bonita vila da

A diferença entre Soares e Churchill

Mário Soares é o político mais político de Portugal e como tal tem coisas boas, satisfatórias, más e muito más. As suas últimas intervenções a propósito do governo, só podem ser rotuladas de muito más e extraordinariamente populistas. O senador socialista é dos poucos portugueses que sabe bem o que é governar com imposições de austeridade derivadas de apoio financeiro externo, uma vez que foi no seu tempo de governante que o FMI esteve em Portugal, assistindo-nos e impedindo-nos de ficarmos numa situação de bancarrota sem dinheiro para pagar as mais elementares obrigações do Estado. Uma vez que tivemos de novo de receber apoio externo porque os mercados deixaram de nos emprestar dinheiro, pela simples razão que não confiam em nós e na nossa capacidade de proceder ao reembolso, Mário Soares sabe bem o que isso implica, mormente porque são-nos e foram-nos colocadas tarefas para cumprir as quais deverão levar ao chamado reajustamento da economia, devolvendo-nos a capacidade d

Malandragem

Mesmo quando estou a dormir sou contra as coligações que o PSD faz com o CDS de Portas. Já escrevi noutras circunstâncias e sempre que o faço, admito por uma fracção de segundos que um dia virá em que conclua que estava enganado em relação ao assunto. Acontece que até hoje não tive motivos para acreditar que a minha teimosa convicção esteja baseada em falsos pressupostos e agora, então, muito menos. Não tenho outra forma de dizer a coisa: a atitude correcta de Passos Coelho no fim de semana que passou era ter demitido o Portas e consequentemente todos os ministros e secretários de Estado que foram indicados pelo CDS, o que, à partida, pressuporia o fim deste governo, com toda a consequência que isso acarretaria, nomeadamente ver o PS do marciano Seguro e a tralha socrática a voltar ao governo. Quiçá…mesmo assim não sei. É preciso ter lata e Portas tem-na de sobra. Um tipo que sabe o que diz o memorando da troika porque também o assinou. Que foi avisado das medidas de aus

Sobre as novas medidas de austeridade tenho a dizer o seguinte:

1 – Já referi várias vezes que quem devia estar a governar neste momento era o PS e José Sócrates. Foram os socialistas que ganharam as eleições em Setembro de 2009 e como tal o mandato só terminaria em 2013. Como em 2011 negociaram e assinaram o memorando de entendimento com a troika e como uma boa parte da responsabilidade do estado a que o país chegou, eminente bancarrota, é dos socialistas e do seu fartar vilanagem governativo, deviam ser eles a resolver o problema que em grande medida arranjaram. Acontece que não foi isso que aconteceu por razões que são conhecidas. 2 – Eu não acredito nem ninguém de bom senso acredita que um governo seja de que partido for, goste de tomar medidas duras apenas para chatear as pessoas. Não é assim que as coisas acontecem. Tem de haver uma razão muito ponderosa para se aumentar impostos ou para tomar medidas austeras. Quem não o faz, necessitando, está a hipotecar o futuro a prazo e a correr o risco de chegar a um beco sem saída. Como tal, s