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A mostrar mensagens de maio, 2012

O desemprego é uma doença com cura

Nas minhas actuais funções profissionais, tenho sido solicitado a participar em seminários e colóquios que se organizam em torno do tema do empreendedorismo e da criação do próprio emprego. Na parte que me toca, falo sobre os sistemas de financiamento ao investimento, nomeadamente na vertente da chamada economia social, ou seja o crédito bancário em condições especiais e protocoladas com o Estado para ajudar aqueles que estão desempregados a sair dessa situação. Estas sessões infelizmente por um lado e felizmente por outro têm sido bastante concorridas. Infelizmente, na medida em que se as pessoas estão lá é porque não têm trabalho. Felizmente, porque apesar dessa circunstância, acreditam que a sua situação pode mudar e não se resignam à condição de desempregados. Nestas sessões costumo dizer às pessoas que estar desempregado é como estar doente. Refiro igualmente que a doença da qual padecem tem cura, mas é necessário que o “doente” queira curar-se. Sem isso nada feito.

O “reforço” dos Santos Populares em Tavira

Em Junho chegam os festejos dos Santos Populares que são um ponto alto para o concelho de Tavira, nomeadamente o dia 24 em que se comemora o Dia do Município e muito em particular o São João. Manda a tradição enfeitar as ruas, organizar arraiais populares, com sardinha assada e muita hidratação. Todos os anos, de há muito tempo a esta parte, é comum também as pessoas se juntarem na Praça da República para assistirem ao desfile das marchas populares que ao contrário do que muita gente julga, custa tempo e dinheiro a organizar. O tempo são as pessoas que organizam e participam que o dão, o dinheiro é sobretudo do erário público municipal. Porque não se vive um tempo qualquer, este ano a Câmara Municipal decidiu não organizar o desfile das marchas, decisão essa que contou com a compreensão dos vereadores da oposição, no sentido de haver poupança de recursos financeiros. Em alternativa monta-se um arraial popular na Praça da República com animação e sardinhada. Do meu ponto de vi

A coleira electrónica

A notícia de hoje é que o Duarte Lima vai ficar em prisão domiciliária até ao julgamento. Eu não sei se concordo com esta medida de coacção, mesmo para aqueles que ainda são apenas arguidos. Por alguma razão, mais que não seja a forte suspeita da prática de um crime e perigo de fuga para o estrangeiro, as pessoas são presas preventivamente. É a mais grave medida a aplicar numa fase em que ainda não houve julgamento, correndo-se o risco de a mesma ser injusta. Mas vamos fazer um suponhamos: imaginar que alguém, que não tem necessariamente de ser o Duarte Lima, praticou de facto vários crimes, entre eles burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, por exemplo num caso relacionada com a compra de terrenos em Oeiras com dinheiros do BPN. Ou seja, há aqui um conjunto de extraordinárias patifarias que comparadas com os sacrifícios que os portugueses estão a fazer neste momento em termos de carga fiscal para pagar a nacionalização do BPN que foi selvaticament

O Jorge Botelho é meu herdeiro e eu não sabia

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Em Outubro de 2009, eu e mais três ilustres cidadãos tavirenses, terminámos o nosso mandato na Câmara Municipal de Tavira. Eu e outra cidadã continuámos como autarcas para um novo mandato, mas agora sem pelouros atribuídos. Os restantes foram fazer outras coisas. Terminavam então 12 anos de gestão social-democrata em Tavira. E terminava porque um dos cidadãos, o que liderava a equipa, partiu para outro desafio. Se tivesse ficado, hoje seria ainda, de certeza absoluta, presidente do município de Tavira. Quem tem dúvidas disso é porque possui uma tão grande reserva mental em relação à pessoa que não consegue ver o óbvio. Entretanto o testemunho foi passado aos novos autarcas que compõem hoje o executivo. Nestes últimos dias fiquei a saber por um jornal, que eu e os meus outros colegas do anterior executivo municipal fizemos uma grande maldade ao actual presidente da Câmara de Tavira. Segundo ele, deixámos-lhe uma herança de muitos milhões de euros em dívidas, bem como um conjun

Socialismo à portuguesa

Li a entrevista de Mário Soares ao jornal i e fiquei com a ideia que estava na presença de um dirigente do Bloco de Esquerda, em vez de um ex-primeiro-ministro e ex-Chefe de Estado. Pior ideia tive quando me lembrei que o entrevistado já se viu obrigado no passado a governar o país com o FMI a dizer o que tínhamos de fazer para nos ajudarem financeiramente a resolver os problemas. Defender que o PS deve rasgar um acordo que subscreveu há um ano é um acto de tanta responsabilidade como conduzir embriagado um automóvel a 200 quilómetros por hora dentro de uma localidade. Não encontro outra comparação. Um político experimentado e consciente não defende estas coisas e a mim espanta-me especialmente que Soares o faça, na medida em que nenhum em Portugal tem tanta experiência política como ele. Como não há registo que o problema seja falta de lucidez a questão é mesmo: como não somos nós, quanto pior melhor e já agora sofram vocês com o mal que nós fizemos.. Achei mediana piada o f

Esta esquerda é doce mas não pinga

Há muito tempo que não sou cliente do Pingo Doce. Já fui. E não sou por uma qualquer razão especial, mas apenas porque posso escolher onde quero fazer as minhas compras, que é uma vantagem que o mercado livre e concorrencial me permite. Se fosse num país sem esta liberdade, eu teria de ser cliente do único supermercado disponível. Mas em Portugal há muito tempo que não é assim. As pessoas vão onde querem e onde a sua carteira permite. E a carteira de muitos portugueses hoje em dia não pode deixar de ser tentada para um supermercado que lhe faz uma promoção por metade do preço, ainda que a partir de um determinado valor. Quem tem o hábito de fazer compras sabe que não é difícil encher um carro com mais de 100€ de produtos. É certo que provavelmente virão dentro dele coisas supérfluas, daquelas que só se compram porque “encalharam” connosco ou porque o preço sendo pela metade, abre-se uma janela de justificação. Noutras circunstâncias isso não aconteceria. Quero com isto referir