O “reforço” dos Santos Populares em Tavira
Em Junho chegam os festejos dos Santos Populares que são um
ponto alto para o concelho de Tavira, nomeadamente o dia 24 em que se comemora
o Dia do Município e muito em particular o São João.
Manda a tradição enfeitar as ruas, organizar arraiais
populares, com sardinha assada e muita hidratação. Todos os anos, de há muito
tempo a esta parte, é comum também as pessoas se juntarem na Praça da República
para assistirem ao desfile das marchas populares que ao contrário do que muita
gente julga, custa tempo e dinheiro a organizar. O tempo são as pessoas que
organizam e participam que o dão, o dinheiro é sobretudo do erário público
municipal.
Porque não se vive um tempo qualquer, este ano a Câmara
Municipal decidiu não organizar o desfile das marchas, decisão essa que contou
com a compreensão dos vereadores da oposição, no sentido de haver poupança de
recursos financeiros. Em alternativa monta-se um arraial popular na Praça da
República com animação e sardinhada. Do meu ponto de vista não me parece mal,
bem pelo contrário.
Quanto ao resto, pelo que percebi, é o mesmo de sempre, pese
embora cada vez com menos fulgor. Percebi também que este ano não há fogo de
artifício o que considero ser outra decisão acertada. Não é sensato “queimar”
euros quando eles fazem falta para outras coisas.
O que não entendi nem entendo é que se diga que este ano os
festejos dos santos populares em Tavira vão ser reforçados. Na verdade não vão.
Se não há desfile das marchas nem fogo de artificio e se se mantém o resto que
já era feito noutros anos – arraiais populares em vários pontos da cidade e do
concelho – o reforço só pode estar na cabeça de quem escreveu ou mandou
escrever isso na nota informativa da autarquia, publicada na sua página oficial
na Internet.
Mas também a esse propósito, e pessoalmente não deixei de o
dizer na última reunião de Câmara, era o PS que todos os anos reclamava que o executivo
PSD estava a diminuir a importância dos festejos dos Santos Populares em
Tavira. A prova está á vista. Não só não têm feito mais e melhor do que já
vinha sendo prática, como também retiram eventos que, pese embora a compreensão
colectiva, a verdade é que deixam de ser feitos. E não é só agora que há
dificuldades. No passado também as houve. Mas há mais.
O 24 de Junho era um dia para se inaugurarem obras
municipais e este ano pelo que percebi não parece haver alguma com significado
de importância para o fazer. Porquê? Porque as obras que foram deixadas pelo
executivo anterior ou já foram terminadas e inauguradas noutros anos ou ainda
não estão prontas, como é o caso da Escola da Horta do Carmo.
Ou seja, este ano de 2012, já seria suposto o executivo
municipal inaugurar obras da sua integral iniciativa. Não o vai fazer e até ao
final do mandato não se prevê que consiga alterar muito esta circunstância, uma
vez que as condições para o efeito estão cada vez mais degradadas, não só por
razões endógenas mas também exógenas.
Em conclusão, compreendo que este ano o São João seja
organizado com menos dinheiro público, o que não significa menos alegria
popular, mas não me parece correcto que venham dizer que há um reforço, quando
na verdade há uma clara diminuição.
Conheço bem essas regras de comunicação que tentam passar
para a opinião pública uma coisa que na verdade não se verifica, ainda mais
quando é absolutamente visível aos olhos de toda a gente que Tavira vem
perdendo fulgor, dinâmica e capacidade de afirmação nos últimos dois anos. Nunca
fui muito apologista dessa regra, mas cada um é que sabe com que linha se cose.
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