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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

2012 - Annus Horribilis

No ano que agora termina houve um facto muito significativo para a vida dos portugueses: o governo Sócrates chegou ao fim. Pese embora as semelhanças que possam haver nas medidas de austeridade agora tomadas e aquelas que Sócrates tomaria se fosse ainda primeiro-ministro, foi muito positivo para Portugal fechar essa página que corresponde sobretudo a dois anos de desvario nas contas públicas, às quais e por uma questão de justiça, não se pode deixar de lado a nacionalização do BPN e com ela o tremendo prejuízo que trazia de lastro, bem como a cratera financeira da Madeira. As duas coisas não justificam tudo, mas aumentam a dimensão do problema. Ainda assim, o clima crispado e sempre disponível para a arruaça com a oposição e os diversos sectores de actividade do país, aliado ao limite mínimo da credibilidade que foi perdendo lá fora, isso só por si já justificou a mudança de primeiro-ministro e de governo. Sócrates deixou de ser solução e passou a ser um problema. Com este ocaso termin

Meia hora e três dias

A meia hora a mais de trabalho no sector privado e a redução dos dias de férias são duas medidas ridículas que não vão resolver coisa nenhuma, a não ser reduzir ainda mais o valor horário pago aos trabalhadores. Nenhum problema de produtividade vai ser resolvido mas admito que muitos patrões vão ficar mais confortáveis. Na verdade no sector privado são poucos os que trabalham apenas as horas a que estão obrigados. A maioria trabalha muitas mais e não recebe por isso. É assim em quase todo o lado. Os horários só são cumpridos na entrada e quase nunca na saída. Ao contrário do que acontece na generalidade da função pública em que o horário da saída, salvo as devidas excepções, é sinónimo do fim da jornada de trabalho, nas empresas privadas isso não se verifica. É bem verdade que o sector privado não está acima da lei e que a Inspecção de Trabalho tem meios legais para actuar. Mas só por pura ingenuidade se pode pensar que é possível controlar as horas extraordinárias não pagas aos trabal

Pulhice

Procurei no Google porque tive receio que no dicionário não estivesse o significado. A minha dúvida era concreta e nada subjectiva. Na verdade suspeitava do significado mas tinha dúvidas no termo. O que queria saber era o nome mais adequado para a circunstância de alguém me pedir para pagar uma coisa já paga e que no momento actual nem está em grandes condições, como aliás nunca esteve. Roubo não podia ser. Porque o objecto não mudou de mãos nem deixou de estar onde sempre esteve. Roubo pressupõe crime e eu sei, sem conhecer os detalhes do Código Penal, que não se trata exactamente disso. Antes fosse. Assim íamos atrás do bandido e a seguir ficávamos na expectativa que se fizesse justiça. Mas nem com isso podemos acalmar o espírito, até porque não é liquido que alguém que nos roube seja condenado e preso. Mas desistir de procurar o termo certo não me pareceu boa solução. Também já não me incomoda muito o autor material ou moral do problema. Isso é tão insignificante. Não nos trás a sol