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A mostrar mensagens de junho, 2011

Seguro contra nenhum risco

O assunto não me diz respeito mas eu dou a minha opinião na mesma a qual é na base da suposição e do gozo. Se eu fosse do PS gostava que Francisco Assis ganhasse as eleições para secretário-geral. Como não sou, quero que ganhe António José Seguro. Em todo o caso, e para que fique bem claro, qualquer um dos dois tem hipóteses de chegar a primeiro-ministro se chegar a líder do PS, independentemente das qualidades próprias. Basta para isso que Pedro Passos Coelho e o seu governo desatem a fazer disparates. Já tenho provas suficientes para concluir que em política o Poder não se conquista: perde-se. Centrando na questão do próximo secretário-geral, a minha opinião é que Assis é mais qualificado, mais político, mais perspicaz, mais sensato e quando fala percebe-se que há um fio condutor, um raciocínio e sobretudo ideias. No entanto não domina o aparelho, bem pelo contrário. É talvez até um exemplo da lógica antagónica do funcionamento aparelhístico do PS que durante muito tempo conviveu num

No melhor pano cai a nódoa

Tinha e ainda tenho, boa opinião da ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues. Achava mesmo que ela dificilmente ficaria muito tempo no cargo porque o desempenho que tinha de frontalidade e coragem, colidia com a política do governo de Sócrates que era no final do primeiro mandato, mais de propaganda do que acção. Era uma ministra que não tinha como critério cuidar da sua imagem pública em detrimento da acção governativa, nomeadamente na forma como enfrentou os múltiplos e variados interesses corporativos dos professores. Vê-la agora a ser acusada pelo Ministério Público pelo crime de prevaricação - recorde-se que estar acusada não significa ser culpada – é algo que me surpreende. Não sendo necessário fazer mais comentários sobre o assunto, aguarda-se que seja julgada e que a verdade apurada. Se for mesmo culpada que pague por isso. A um político o grau de exigência pelo cumprimento da lei é um factor de decisivo na avaliação do seu desempenho. Há que dar o exemplo aos outros,

Ò Barbosa, vai dar banho ao cão

Este sábado em Lisboa está a decorrer um evento que, goste-se ou não, é interessante e até pedagógico. Um mega pic-nic tem a importância que tem. Ouvir o Tony Carreira, para quem gosta, também está muito bem. Mas transformar a Avenida da Liberdade numa enorme quinta com produtos agro-pecuários nacionais, nos dias que correm em que mal sabemos o que comemos, é matéria que merece registo e apreço. A iniciativa não é inédita e já tem sido feita noutros pontos da Europa. Recordo-me bem de ver fotografias dos Campos Elísios transformados em plantações de alfaces, tomates, couves e pepinos dos bons. Como é óbvio para montar um evento desta envergadura é preciso causar constrangimentos no trânsito e no dia a dia das pessoas que vivem ou trabalham na Avenida da Liberdade. Nem podia ser de outra forma. E é aqui que eu gostava de me centrar. Acho que foi ontem que vi o presidente da Câmara de Lisboa a ter de responder com uma calma olímpica bestial, ao comentário idiota do presidente do Automóve

Dirigentes pequenos num clube grande

Nos meus quase 40 anos de benfiquista – já nasci com este privilégio imenso – e a partir do momento em que ganhei consciência própria para interpretar o que está à minha volta, habituei-me a ver o meu clube a ser grato aos que melhor o serviram. Podendo haver um caso ou outro que não correu bem, a verdade é que as principais glórias do Benfica sempre foram reconhecidas por isso no momento em que a idade e as circunstâncias os impediram de prestações adequadas às exigências da equipa profissional de futebol. Ao ver hoje como estão a tratar Nuno Gomes, que foi só um dos jogadores que mais golos marcou com a camisola do clube, fico com a ideia que por aqueles lados a lógica mercenária é cada vez mais um padrão de gestão técnica do plantel. Na dispensa deste jogador há claramente uma mão: a de Jorge Jesus. Mas há também uma ausência ou uma falta de comparência naquilo que é a defesa do brio e sobretudo do dever de gratidão do clube e aqui cabe a direcção e o seu presidente. A não renovação

Os boys do Portugalex

Hoje o Portugalex, a rubrica humorística que há cinco anos faz rir os ouvintes matinais da Antena 1, brincava com os “boys” do PS que vão ficar desempregados em breve. Na rábula era feita a descrição de uma fila deles à porta do Banco Alimentar Contra a Fome e nem faltou a sua líder, a brincar naturalmente, Isabel Jonet a informar que em breve iam fazer uma campanha apenas dedicada aos socialistas despedidos, onde só eram admitidos produtos gourmet. Isto não passa de uma brincadeira para caricaturar todos aqueles que vivem à custa do sistema e que para além dele não possuem uma profissão e em muitos casos nem um saber fazer. Toda a vida foram qualquer coisa através do partido e nunca tiveram uma profissão fora da política. No dia em que a coisa corre mal, ficam desamparados. Por isso considero que uma das condições para exercer-se a actividade política é ter uma profissão fora dela. Dá uma independência e uma autonomia maior à pessoa e não a obriga a violar a consciência, as que a têm,

Mapa autárquico algarvio para enfrentar a crise

Um dos assuntos falados quando troika esteve a analisar a situação catastrófica a que Portugal chegou, foi a redução do número de autarquias, ou seja as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia. No caso concreto do Algarve temos hoje 16 municípios e 82 freguesias. Em relação às Juntas de Freguesia a sua agregação depende do modo como os municípios possam ficar configurados. Sendo assim só depois de se definir o novo mapa é possível fazer a organização das novas freguesias. Não sendo um assunto pacífico, é aliás uma espécie de barril de pólvora que dificilmente não explodirá se houver mesmo vontade de alterar a actual divisão administrativa de Portugal, jogo para cima da mesa a minha sugestão para a região do Algarve: Municípios que ficam como estão: - Loulé - Silves - Tavira - Albufeira Municípios a agregar: - Lagos com Vila do Bispo e Aljezur – sede do concelho, Lagos - Portimão com Lagoa e Monchique – sede do concelho, Portimão - Faro com Olhão e São Brás de Alportel – sede do concel

Acabe-se de vez com os Governos Civis

Santana Lopes parece ter querido passar como ideia sua a extinção dos Governos Civis. Não a é. E quando foi primeiro-ministro julgo que não fez nada nesse sentido, certamente por falta de tempo e porque passava os dias a levar pontapés na incubadora. Mas em todo o caso o importante é juntar mais uma voz a esta causa de extinguir em definitivo este gasto inútil do Estado. O que vou escrever a seguir é em abstracto mas conheci no passado situações concretas que são demonstrativas daquilo que são os Governos Civis actualmente. Não vale a pena rodeios e meias palavras. Os Governos Civis são sedes partidárias pagas com dinheiros do Estado. Não há outra forma de o dizer. O titular do cargo é na esmagadora maioria das vezes um destacado militante e dirigente do partido que está no governo. Nalguns casos até costuma ser o líder distrital do partido. Nos Governos Civis há actualmente muito pouco para fazer. Recebe-se correspondência e algumas pessoas que se vão queixar do azar de não acertarem

Bloco no fundo

O Bloco de Esquerda é um fenómeno político com os dias contados, se não tomar algumas previdências. Nasceu da génese de três partidos, nunca querendo afirmar-se como o resultado do somatório dos três. Tem um líder que não se identifica como tal preferindo o termo pomposo de coordenador. Desde o seu aparecimento, o Bloco teve sempre os mesmos rostos: Francisco Louçã, Luis Fazenda e Miguel Portas. Porque são todos feios, compuseram o ramalhete com a Ana Drago que é mais engraçadinha. De resto não se lhes conhece mais ninguém que possa ser identificado como rosto do Bloco. O seu principal coordenador, Louçã, é o estereótipo do político demagogo até à raiz dos cabelos. Usa o verbo fácil, a expressão colérica e o aproveitamento excessivo do protesto e do contra poder para passar a sua mensagem. Às vezes quando o ouço fico com a ideia que quer bater nas pessoas, tal é a agressividade com que fala. Louçã gosta de fazer esse teatro em que quem não está com ele está contra ele. A forma como car

Notas soltas sobre as eleições legislativas

1 – A abstenção voltou a fazer estragos. 40% dos eleitores não foram votar. Uns porque não puderam, mas a esmagadora maioria porque não quiseram. Acho que já chega de dizer que a culpa é dos políticos e dos partidos. A culpa é das pessoas, que não querem saber, nem respeitam o valor do voto. Talvez preferissem viver num tempo em que não tinham esse direito. Em que comiam e calavam. Em que havia polícia política, repressão, falta de liberdade de pensamento e de organização, entre outras coisas. Quem não vota porque não quer, mais do que não ter direito a reclamar, não merece viver em democracia. Mesmo que não se revejam num partido, podem e devem ir às urnas espelhar esse sentimento. 2 – O PSD não tem propriamente um resultado histórico, conforme aconteceu por duas vezes com Cavaco Silva, em 1987 e 1991, mas tem de facto um grande resultado. Cavalgou a onda da contestação a Sócrates e deu-se bem. Mais uma vez acho que, pese embora o mérito de Passos Coelho, foi o PS que perdeu o Poder e

O fim da campanha e do pesadelo

Chegou ao fim uma das campanhas eleitorais mais importantes da vida democrática do nosso país. A situação de emergência é de tal ordem que ficar indiferente ao que se passou nas últimas semanas e meses é difícil. Pese embora as sondagens não serem instrumentos de certezas absolutas, a verdade é que quase todas elas foram mostrando resultados muito semelhantes ao longo do tempo, dando como certa uma disputa muito renhida. Só nos últimos dias foi possível perceber que o PSD será o vencedor das eleições, ficando apenas por esclarecer se chega ao cenário de maioria parlamentar com o CDS. No “the day after” das eleições, ficará clara a geometria do novo governo, nomeadamente no que respeita ao número de ministros que o CDS vai querer impor ao PSD. Vem nos livros de Ciência Política, e de resto nem é novidade, que nestes ambientes de coligação o partido menos votado, o parceiro menor, é quem manda. O maior obedece, sob pena de não conseguir construir uma solução governativa segura. Tal como

Dia da Criança

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Criança que supostamente deveria ser um dia igual aos outros e não precisar de uma efeméride, conforme acontece, por razões diferentes, com o da Mulher. Em Portugal vive-se hoje uma situação política e social que me leva a crer que as crianças não são uma prioridade, nem são olhadas com o carinho e a atenção que merecem. Da parte política muito haveria para dizer mas no essencial, e pegando nas notícias mais recentes, observa-se que neste domínio dá-se com uma mão e retira-se com a outra. O mesmo governo que distribuiu computadores Magalhães pelas crianças do nosso país e fica embevecido a olhar como elas carregam na tecla Enter, encerra maternidades e serviços de pediatria no interior. Aliás, antes só o fazia no interior, agora já o faz na própria cidade de Lisboa. Dirão que é por uma questão de garantir a qualidade e a segurança dos serviços. Será mais para poupar euros, neste caso para os gastar noutra coisa qualquer. Depois olha-se para a assistênc