Crimes para todos os gostos

Onde se vai notar cada vez mais os efeitos da situação de crise que se vive em Portugal, é na segurança ou neste caso na falta dela.
Todos os dias são-nos presentes novas notícias de criminalidade organizada e cada vez mais violenta. O Algarve é uma das regiões onde isso se vem notando, com particular incidência para a cidade de Albufeira.
Não haverá dúvidas em relação à preocupação dos responsáveis mas o que se vê é um aumento do estado de insegurança. Hotéis assaltados a meio da noite, casas particulares e lojas devassadas à luz do dia, caixas multibanco arrancadas das paredes, turistas agredidos e roubados, enfim um cardápio de crimes que se vem notando no país, mostra que algo não está bem.
A criminalidade está associada aos factores de incerteza e de falta de soluções com que algumas pessoas se confrontam e também a algum estado de desespero. Porém, a constatação que as forças de autoridade estão confrontadas com dificuldades de operacionalidade, leva a que o terreno para o crime, um mais organizado que outro, se torne mais fértil.
Depois há a ideia que a Justiça em Portugal não tem o hábito de punir os prevaricadores, o que nem sempre é verdade. Há casos em que quem rouba vai mesmo preso, sendo certo que passado pouco tempo está cá fora novamente com uma particularidade: a estadia na cadeia permitiu o aprofundar de conhecimentos sobre a actividade criminal. Para alguns é uma espécie de pós-graduação ou mestrado na “arte” de levar consigo aquilo que não lhe pertence.
Voltando ao Algarve o problema dos meios é, aparentemente, o calcanhar de Aquiles da operacionalidade das forças de segurança. Havendo um aumento significativo de pessoas a circular na região nos meses de Verão, o policiamento não pode ser feito com o mesmo efectivo de Janeiro ou Novembro.
Desconheço se os números da criminalidade declarada no Algarve são superiores ou inferiores aos do ano passado. Aquilo que vejo é que há casos cada vez mais violentos. Nem é preciso referir o efeito que isto tem na imagem turística da região. Qualquer dia ainda alguém se lembra de vender um pacote de férias radicais, onde é dada ao turista a hipótese de ver ao vivo e a cores um assalto à mão armado ou o arrombamento de uma caixa multibanco. Para quem vem de países onde a segurança é feita a sério e com severidade para os prevaricadores que vão mesmo para a cadeia, ver o nosso caso pode ser uma experiência exótica.

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