Respeito ou a falta dele

Um Estado devia ser observado, em matéria de gestão e administração, como uma grande empresa. Imaginem então o seguinte exercício:
Um empresa onde os accionistas observavam que o Conselho de Administração em pouco mais de dois anos tinha levado a mesma para a falência, bancarrota, insolvência e descrédito total junto das entidades financiadoras. Em que manicómio seriam internados os accionistas desta empresa se em Assembleia-geral renovassem o mandato aos administradores e sobretudo ao Presidente do Conselho de Administração?
Pois é exactamente isto que parece passar-se hoje em Portugal. Os accionistas (eleitores) desta grande empresa (Portugal) viram o Presidente do Concelho de Administração (José Sócrates) e os seus administradores (restante governo) dilapidar as finanças públicas, endividar a mesma, desacreditá-la internacionalmente perante tudo e todos, deixando-a à beira do colapso de não ter tostão para pagar aos seus funcionários. Mais do que isso, os accionistas até já perceberam que foram iludidos, aldrabados e gozados, sem direito a anestesia geral, local ou simples vaselina e mesmo assim não se zangam o suficiente. Ou seja, neste caso grande parte deles parece não estar preocupados com o salto para o precipício. Isto é racional? Não. Isto é pouco que mais que burrice e estupidez misturada com irresponsabilidade e uma pitada de quanto mais me bates mais eu gosto de ti, para não dizer descrédito completo na política e mesmo na democracia.
Portugal somos todos nós e todos nós não temos de pensar exactamente da mesma maneira. Ainda bem que é assim. Acredito que muita gente olhe para o PSD – único partido capaz de poder derrotar o PS – e não se reveja na liderança, no cada um a falar por si e no amadorismo que parece ter-se instalado na São Caetano à Lapa de onde a cada cavadela nos sai uma agúdia (formiga com asas que serve entre outras coisas para armar esparrelas para capturar passarinhos que sabem bem na frigideira, fritos apenas com azeite, alho e no fim um pouco de salsa). Mas mesmo isto, e isto é o PSD, não pode ser tão mau e tão penalizador como voltar a ter José Sócrates e sus muchachos novamente à frente do governo. Isto é quase um problema de sobrevivência nacional.
Portugal não pode ser uma galdérice ou um manicómio gigante. É preciso resolver isto no dia 5 de Junho antes que nos passem por cima e a gente fique a rir ou a chorar. Sabe-se lá…
Mesmo que já tenham perdido o respeito por nós eleitores/accionistas, nós exigimos respeito.

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